MAC com falta de voluntários

O MAC (Movimento Apostolado da Criança) tem actualmente a sua acção limitada por falta de voluntários. Dessa realidade se queixam os responsáveis pelo Movimento, que se dedica a apoiar as crianças dos bairros sociais, numa entrevista recente ao Diário de Notícias. Eis outra forma de ser solidário. Um pouco do nosso tempo pode ajudar a criar muitos sorrisos.
A referida notícia fica aqui transcrita:


O Movimento Apostolado da Criança (MAC) é uma instituição de solidariedade social que tem por objectivo estar presente nas zonas mais desfavorecidas. Uma meta que nem sempre pode ser cumprida, pelo menos dentro do que seria desejável, uma vez que não existem voluntários para atender a todas as necessidades, conforme explicou a presidente deste movimento cristão, Sónia Ferraz.
Fundado na Região por professores vindos do continente, o MAC iniciou a sua acção no concelho de Câmara de Lobos e no bairro de João Gomes, no Funchal.
Hoje em dia, Câmara de Lobos é uma das zonas onde existe falta de pessoas, nomeadamente para o bairro das Malvinas. «Nós gostávamos muito de lá estar, mas não há ninguém para lá ir», sublinhou Sónia Ferraz.
O Movimento está, contudo, presente no sítio da Vera Cruz e nas Fontainhas, na Quinta Grande. Esta última, uma zona isolada e onde as condições de vida são mais difíceis.
No Funchal, o MAC visita o bairro da Nazaré e está atento ao percurso de alguns jovens que já foram acompanhados pelo Movimento no bairro do Hospital.
Numa fase inicial, está o contacto com as crianças do bairro de Santo Amaro. Com estas e com as que comparecem na sede, na Rua dos Ilhéus, o movimento cristão acompanha cerca de 200 crianças.
Em todos estes locais, são realizadas reuniões aos sábados, contando o MAC actualmente com uma equipa de quinze voluntários, entre eles, duas psicólogas, uma animadora social e alguns professores.
Segundo Sónia Ferraz, surgem por vezes interessados em colaborar com a associação, mas nem sempre com o tempo exigido para o tipo de intervenção que tem de ser feito. «Tem que ser alguém disponível e que aceite o outro como é», disse.
Mas não é apenas com a falta de recursos humanos que o Movimento Apostolado da Criança se debate. As actividades estão limitadas ao magro orçamento da associação, que consegue realizar pequenos "milagres" graças ao apoio de diferentes entidades ou pequenas contribuições feitas por particulares.
Ao nível dos transportes e do acesso aos espaços balneares do Funchal, o Movimento conta com a ajuda da Câmara do Funchal, havendo também muitas outras actividades lúdicas que acabam por ser oferecidas às crianças.
Como movimento cristão, o MAC obtém também algumas verbas com o apoio dos párocos através de peditórios realizados às portas das igrejas. Segundo Sónia Ferraz, são efectuados anualmente dois a três peditórios, sendo as verbas angariadas revertidas a favor das actividades promovidas junto das crianças.
Ao longo do ano, são igualmente realizadas acções de sensibilização, quando estas se justifiquem, junto das comunidades onde o MAC está presente, as quais apenas são possíveis pela colaboração gratuita de diferentes técnicos.

Sílvia Ornelas , in Diário de Notícias do Funchal